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Dia Mundial do AVC: doença mata mais de 100 mil brasileiros por ano

Em 29/10/2019 por Clínicas Reset Prime Reabilitação em Dependência Química Alcoolismo e Psiquiatria


Sequela do acidentes é comum em mais de 60% dos casos, condição pode ser tratada com o uso da toxina botulínica, método está disponível na rede pública de saúde

O mês de outubro é marcado pelo Dia Mundial do AVC (Acidente Vascular Cerebral), lembrado nesta terça-feira (29). A segunda causa de morte no mundo, a doença poderia ser evitada em 90% dos casos com a adoção de hábitos adequados de vida. Muitos pacientes que sobrevivem e se recuperam de um derrame, como a doença também é conhecida, podem desenvolver algumas sequelas, como a espasticidade. 

A condição, que leva a um descontrole do tônus muscular, provocando rigidez, dificuldade de movimento da região acometida e ainda muito dor, afeta mais de 60% dos pacientes e é extremamente debilitante. 

“É uma situação inconveniente que muitas vezes impede o paciente de ter uma vida independente e realizar tarefas simples, como comer, se vestir ou tomar banho. A espasticidade também aumenta as chances de quedas e fraturas e causa muita dor em razão da própria contratura muscular, o que prejudica a qualidade de vida”, esclarece a neurologia Carla Moro, presidente da Associação Brasil AVC (ABAVC).

Infelizmente a espasticidade é imprevisível: enquanto alguns pacientes desenvolvem a condição logo após o derrame, muitos demoram meses ou até anos para ter. Entre os sintomas mais comuns do quadro estão a paralisia, a falta de força, a hipotrofia muscular, a perda funcional ou lentidão dos movimentos e até a deformidade postural.

Segundo a neurologista, a espasticidade ocorre porque o cérebro deixa de receber sangue e oxigênio, seja por conta de uma obstrução (AVC isquêmico) ou rompimento de uma artéria (AVC hemorrágico), resultando em danos que comprometem diversas funções do organismo, como a fala, a visão e a movimentação dos membros. “Por fim, esta lesão no sistema nervoso central, acaba comprometendo o estímulo de contração ou relaxamento dos músculos. Contraídos o tempo todo, o músculo vai encurtando, levando a uma série deformidades graves, caso a condição não seja devidamente tratada”, informa.

Mas, existem formas de contornar a espasticidade e quanto mais rápido implementadas, melhores serão os benefícios para o paciente. Atualmente, as diretrizes de tratamento do AVC reforçam que o médico responsável tem até 72 horas para pedir uma avaliação completa para o fisiatra, que consegue fazer um prognóstico da gravidade das sequelas e já estipular um projeto de reabilitação.

Um dos tratamentos consiste na fisioterapia que, por meio de uma série de técnicas promove o correto estiramento do músculo, podendo prevenir o encurtamento permanente dos músculos. Outra opção, disponível no Sistema Único de Saúde, é o tratamento com a toxina botulínica que proporciona melhora na mobilidade e na dor ao deixar os músculos mais relaxados e soltos. A toxina pode ser aplicada em qualquer parte muscular do corpo, variando de acordo com o grau de força muscular e da lesão.

Existe ainda medicamentos que auxiliam a relaxar a musculatura e podem ser administrados oralmente ou por meio de bombas de infusão inseridas no fluído medular, dependendo do grau de comprometimento muscular. Há ainda casos que requerem cirurgia.

Sinais e sintomas

O rápido diagnóstico do AVC é a chave para evitar ou minimizar a intensidade das sequelas, já que a cada minuto sem socorro, uma pessoa perde 1,9 milhão de neurônios. Com isso, é extremamente importante conhecer os primeiros sinais.

Segundo Carla Moro, “o principal indício de um início de AVC são alterações motoras súbitas, como fraqueza muscular, resultando na incapacidade de movimentar alguma parte do corpo com coordenação, especialmente de um só lado. Além disso, o paciente acaba tendo uma súbita dificuldade para caminhar, com tonturas e perda de equilíbrio.” Dor de cabeça intensa e confusão mental também podem aparecer logo nos primeiros minutos, quando o paciente apresenta dificuldade para falar ou construir uma frase. 

Uma forma fácil de realizar a rápida identificação destes sinais é usar a técnica SAMU:

Sorriso: peça para a pessoa sorrir. Existe assimetria?

Abraço: faça a pessoa levantar os braços. Um lado está mais fraco e com dificuldade?

Música: repita uma frase como uma música. A pessoa consegue falar? A fala dela está embaralhada ou arrastada?

Urgente: Caso os sinais acima sejam comprovados, aja rapidamente e busque atendimento médico de emergência imediatamente. Ligue SAMU 192.

A técnica, porém, reflete uma preocupação encontrada no socorro de pacientes. É comum os próprios familiares suspeitarem do AVC e se direcionarem para o posto de atendimento mais próximo. Entretanto, essa não é a melhor conduta a ser tomada - dar entrada em um centro capacitado para atender pacientes com a condição ainda nos primeiros minutos faz toda a diferença e ainda reduz as sequelas e a mortalidade. 

O mais indicado é solicitar o serviço de atendimento do SAMU, que garante o conhecimento dos centros especializados e o correto encaminhamento. O tratamento em uma Unidade de AVC aumenta a chance de uma boa recuperação em 14%. 

Prevenção

Cerca de 90% dos casos estão ligados aos fatores de risco da doença: hipertensão, altos níveis de colesterol, diabetes e obesidade¹. Além disso, níveis excessivos de álcool e o tabagismo também aumentam o risco de sofrer um AVC. 

Existem ainda fatores que não podem ser controlados, como a idade – a doença acomete os mais idosos - e uma pré-disposição genética, que pode ser analisada pelo histórico familiar. Também, o problema é mais comum em homens. De qualquer forma, o AVC pode ocorrer em qualquer sexo ou idade. “Conhecer seus próprios fatores de risco, realizar atividades físicas e manter uma dieta saudável rica em frutas, legumes e vegetais pode reduzir os riscos”, conta a médica.


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